terça-feira, 25 de agosto de 2009


Tem coisas que homem nunca vai entender.
A gente quer ser inteligente. E bonita. E simpática. Tudo isso ao mesmo tempo. Mas quando ele diz que a gente é inteligente, a gente se sente feia. Quando ele diz que a gente é bonita, a gente se sente burra. Quando ele diz que a gente é simpática, a gente acha que é tudo de sem graça no mundo, mas que ele não tem coragem de dizer isso na nossa cara.

Tem coisas que homem nunca vai entender.
Homem sabe, claro, que a gente não gosta de descobrir que ele ficou preso no escritório na noite que tinha marcado de sair com a gente. Mas homem não sabe e nem nunca vai saber a raiva que dá quando isso acontece depois que a gente passou meia hora resolvendo se devia ou não raspar a perna – e topar amargar dez dias de calça comprida antes de poder enfrentar a depilação – e decidiu pelo sim, para poder colocar aquela sainha linda e não ter que sair correndo se ele ameaçasse passar a mão na perna da gente.

Tem coisas que homem nunca vai entender.
Homem acha que pode ser simpático com as amigas bonitas só porque a gente é simpática com os nossos amigos bonitos. Mas homem não entende que, na vida real, a gente não está dando mole. Nossa simpatia é só brincadeira mesmo, medição de sex appeal. Não passa disso. A deles pode virar cama, mesa e banho ao menor sinal de interesse da incauta amiga bonita. E é por isso que a gente pode ficar louca da vida quando ele dá mole para alguém, sabendo que isso é completamente diferente de quando a gente é que dá.

Tem coisas que homem nunca vai entender.
A gente sai com eles para jantar, mas não come quase nada. Ainda assim, a gente reclama que está gorda e no dia seguinte come um pote de Hagen Däsz pra se conformar. Dos grandes. E, claro, fica ainda mais gorda.

Tem coisas que homem nunca vai entender.
A gente diz que é independente, bem resolvida, que não quer ser dona de ninguém e que não quer que ninguém seja dono da gente. Mas a gente quer saber onde ele está, o que está fazendo e, principalmente, com quem. E a gente quer que ele nos acompanhe em programas mala tipo casamentos e batizados – e faz questão de escolher a gravata que ele vai usar nestes eventos. E a gente quer que ele ligue para dar boa-noite. Toda noite. Não é pedir muito, é?

Tem coisas que homem nunca vai entender.
A gente diz que nunca mais quer ver a cara dele porque a gente não merece isso, a gente não foi criada pra isso, a gente definitivamente não quer essa vida. Aí ele sai por aí procurando alguém que queira. E, quando encontra, a gente se sente traída. E a gente, ao primeiro sinal de carência, liga, escreve, faz contato, só pra saber a quantas anda a vida dele. E a gente diz que não quer mais, de jeito nenhum, que não quer isso nunca mais. Mas no fundo a gente quer, quer muito, e não consegue esconder.

Tem coisas que homem nunca vai entender.
Homem escuta o tempo todo que gente trabalha, que a gente dirige o próprio carro, que a gente é independente e que a gente detesta ser tratada como mulherzinha. Mas a gente quer ser cuidada, mimada, muito paparicada. A gente quer andar do lado de dentro da calçada, na frente dele na escada que sobe e atrás na escada que desce. E, apesar de jurar que não, a gente quer que ele tire o casaco para colocar nas nossas costas quando está frio.

E, claro, tem várias coisas que a gente também não entende. Mas ser mulher tem muito disso mesmo. De ser um pouco sensível às vezes, meio louca em outras, surtar no meio do dia sem motivo aparente, ficar com o olho cheio de lágrimas e em seguida ter um ataque de riso, transformar tudo o que está em volta e aí querer tudo como era antes.

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